Desde 2018 que a Netflix acompanha a temporada do campeonato do mundo de Fórmula 1 com a sua docuserie “Formula 1: Drive To Survive”, com o intuito de trazer uma nova imagem ao desporto, mostrando tudo o que se passa à frente das câmaras – com as corridas, as vitórias e as derrotas –, mas também tudo o que se passa por detrás das câmaras.
Com cinco temporadas no cartório, o espectador é levado a conhecer as equipas que fazem parte deste campeonato, os seus pilotos, mas também os chefes de equipa e demais nomes relevantes do desporto-rei das corridas de carros.
Da rivalidade entre as equipas Mercedes-AMG e Red Bull nas primeiras temporadas, ao renascer da Scuderia Ferrari na 5ª temporada, todos os momentos são detalhados nesta docuserie, através de entrevistas regulares misturadas com filmagens das corridas de fim-de-semana do desporto.
Para além dos momentos passados nos fins-de-semana dedicados às corridas, existe também um elemento de vida pessoal que é transmitido na série. Permite ao espectador sentir-se mais ou menos ligado a cada uma destas pessoas que fazem parte deste desporto de elite.
Desde o novato Lando Norris, ao adorado Daniel Ricciardo, ao recém-coroado bi-campeão do mundo Max Verstappen, ao quebra-recordes Lewis Hamilton – entre tantos outros que constroem um eclético aquário de quase-personagens (reais) que constroem o campeonato de Fórmula 1. As suas amizades, as suas celebrações, as suas frustrações, bem como dos chefes de equipa Christian Horner (Red Bull), Mattia Binotto (Ferrari) e Toto Wolff (Mercedes-AMG) ou até da super-estrela desta docuserie Gunther Steiner (Haas F1).
Apesar do campeonato da Fórmula 1 já ser bastante conhecido e acompanhado no continente europeu, foi graças à popularidade da série “Formula 1: Drive to Survive” que começou a ganhar alavancagem nos Estados Unidos da América. Assim, para o campeonato de 2023, a Fórmula 1 contará com três corridas em diferentes cidades americanas: Austin (Texas), Miami (Flórida) e Las Vegas (Nevada).
Contudo, “Formula 1: Drive To Survive” deve ser visto com uma pitada de sal. Ainda que todas as pessoas e acontecimentos sejam reais, há que entender que existe um exagero na forma como os momentos de tensão e drama são pintados nesta série documental. Há um apreço pelo exagero, por criar argumentos (ou dar-lhes demasiada ênfase), por criar inimizades ou amizades onde não existem ou não são assim tão intensas na vida real.
“Formula 1: Drive To Survive” é, ainda assim, uma ótima docuseries para criar aquele “bichinho” do gosto pelo desporto da Formula 1 e, quiçá, levar o espectador a passar a acompanhar os campeonatos de pilotos e construtores (equipas) anualmente.
As cinco temporadas de “Formula 1: Drive to Survive” estão disponíveis na plataforma de streaming Netflix.
