No final de Fevereiro, David Fincher veio dizer que “Mindhunter” chegou ao fim após a segunda temporada, mas não por sua vontade. Em entrevista ao jornal francês Le Journal du Dimanche, o realizador responsável por obras icónicas como “Fight Club”, “Seven” ou “Zodiac” explicou que se trata de uma produção dispendiosa e que, infelizmente, não terá sido capaz de atrair a audiência necessária para a Netflix considerar manter o investimento.
Perante a certeza de que “Mindhunter” não será renovada, os fãs fizeram-se ouvir: foi criada uma petição online a favor da produção da terceira temporada da série, assinada já por mais de 35 mil pessoas.
Criada na plataforma Change.org, a petição é, no entanto, dirigida às pessoas erradas. Considerando que David Fincher sublinhou que a decisão de colocar um ponto final no projecto não foi sua, não seria necessário tentar convencê-lo, como acontece ao colocar o realizador, a par Joe Penhall e Charlize Theron, como destinatários da missiva.
«Nós, fãs de ‘Mindhunter’, respeitamos e admiramos as vossas competências incríveis de escrita, produção e realização da nossa série preferida», começam por indicar os autores da petição. Acrescentam que existe um grupo no Facebook com mais de 5800 pessoas, de todo o mundo, interessadas em discutir todos os detalhes de “Mindhunter” e que os fãs estão, naturalmente, desapontados com a decisão de cancelar o projecto.
«Por isso, pedimo-vos respeitosamente que por favor reconsiderem as vossas prioridades e arranjem tempo para filmar a terceira temporada em breve e, se isso não for uma possibilidade e/ou não se encontrar forma, então por favor considerem outro realizador», referem ainda.
Na mesma entrevista ao jornal francês, citada pela Forbes, o criador da série deixa claro que tem muito orgulho das duas primeiras temporadas de “Mindhunter” e que não censura a Netflix por ter decidido cancelar a série. «Eles arriscaram para fazer descolar o programa, deram-me os meios para fazer o [filme] ‘Mank’ como queria e permitiram-me aventurar por novos caminhos com ‘The Killer’. É uma bênção poder trabalhar com pessoas que são capazes de audácia. No dia em que os nossos desejos não são os mesmos, temos de ser honestos sobre seguir caminhos diferentes.»