Está confirmado o primeiro nome do cartaz de 2026 da Comic Con Portugal. O artista de banda-desenhada norte-americano Frank Miller marcará presença na convenção portuguesa que, no próximo ano, decorrerá em Santa Maria da Feira, no Europarque.
No final da década de 1970 começou a colaborar com editoras de banda desenhada, tendo rapidamente chamado a atenção da Marvel Comics. Foi aí que se destacou com o título “Daredevil”, ao qual imprimiu uma atmosfera sombria e realista, inspirada no cinema policial e no crime urbano. Histórias como “Born Again” transformaram a personagem e marcaram um ponto de viragem na indústria, influenciando, anos mais tarde, não só outros artistas de banda-desenhada, mas também realizadores de cinema como Zack Snyder, Robert Rodriguez e Christopher Nolan.
Nos anos 1980, Miller consolidou a sua reputação com trabalhos para a DC Comics. O marco mais célebre foi “The Dark Knight Returns” (1986), mini-série que reinventou o Batman como um herói envelhecido, brutal e marcado pelo desencanto. A obra tornou-se um clássico imediato e teve enorme impacto na forma como os super-heróis seriam retratados daí em diante. Em seguida, escreveu e desenhou “Batman: Year One”, considerada até hoje uma das melhores histórias de origem da personagem.
Paralelamente, Frank Miller criou obras autorais que expandiram ainda mais a sua influência. “Ronin” (1983–84) revelou o seu interesse pela estética japonesa e pela fusão de géneros, enquanto “Sin City” (1991–2000) se tornou a sua série mais emblemática: um conjunto de histórias de crime em preto e branco, visualmente estilizadas, que exploram violência, corrupção e moralidade ambígua. Já “300” (1998), inspirado na Batalha das Termópilas, ganhou notoriedade mundial após a adaptação cinematográfica de 2006.
Um ícone na Comic Con Portugal
De 23 a 26 de Abril, os mais ou menos aficionados do mundo aos quadradinhos terão a oportunidade de conhecer de perto o artista que moldou o género e formato da banda-desenhada, já que Miller participará em painéis exclusivos, estará no Artist Alley, terá sessões de autógrafos e ainda momentos de interacção directa com o público, oferecendo insights sobre o seu processo criativo e a evolução da indústria.
Mas Frank Miller não estará sozinho. Daniel Henriques, arte-finalista português que conquistou reconhecimento internacional através do seu trabalho com algumas das maiores editoras mundiais, como a Marvel, a DC Comics, a Image e a Dark Horse, marcará igualmente presença no evento. Ao longo da sua carreira, Daniel Henriques tem colaborado em títulos como “Venom” e “The Incredible Hulk”, até clássicos do universo DC como “Batman”, “Justice League”, “Aquaman” ou “Green Arrow”. O seu traço como arte-finalista distingue-se pela capacidade de dar profundidade, textura e ritmo narrativo às páginas, valorizando o trabalho dos desenhadores com quem colabora.
A Comic Con Portugal regressa em 2026, entre os dias 23 e 26 de Abril, num novo local. Os bilhetes já estão disponíveis, em três modalidades.
