“Dahmer – Monster: The Jeffrey Dahmer Story” chegou à Netflix há pouco mais de uma semana e já gerou burburinho um pouco por todo o mundo. Há quem elogie a série, o protagonista e o criador pelo retrato feito deste assassino em série norte-americano e há também quem não tenha conseguido passar do primeiro episódio pela violência que é retratada. Contudo, a série é agora alvo de atenções pela etiqueta LGBTQ que a plataforma de streaming decidiu adicionar.
As etiquetas ajudam os utilizadores da Netflix a encontrar mais facilmente determinado conteúdo ou a escolher o que querem ver por categoria. Ao ser “tagada” como LGBTQ, “Dahmer – Monster: The Jeffrey Dahmer Story” é assim recomendada a todos aqueles que seleccionem essa mesma etiqueta.
Uma vez que a história real tem como core o assassinato de homens pertencentes à comunidade LGBTQ, muitos foram os espectadores que se fizeram ouvir em relação à decisão da Netflix, avança o Deadline. Para eles, a associação desta narrativa à comunidade não é, de todo, representativa das pessoas que pertencem à comunidade.
«Sinto que [a etiqueta] cria um fetiche em torno deste momento horrível da história [do estado de] Milwaukee. Não devia ser vista dessa perspectiva, é totalmente errado. Sei que muitos dos meus amigos, e muitas das pessoas que passaram por este período, não vão ver [a série]. Não vão dar dinheiro a alguém que está literalmente a perturbar as campas das vítimas», afirma, em entrevista ao canal televisivo WISN, a drag queen B.J. Daniels.
Face ao backlash sentido, a Netflix já retirou a etiqueta, embora seja impossível precisar o exacto momento em que aconteceu. “Dahmer – Monster: The Jeffrey Dahmer Story” é agora apenas etiquetada como “Sinistro” e “Negro”, sendo indicada para espectadores com mais de 18 anos.
Criada por Ryan Murphy e protagonizada por Evan Peters, ambos conhecidos da série de horror “American Horror Story”, a série da Netflix conta a história do assassino em série Jeffrey Dahmer, apelidado de “Canibal de Milwaukee”. Entre 1978 e 1991, Jeffrey Dahmer assassinou 17 jovens – alguns deles menores – pertencentes a minorias étnicas e sexuais.
A produção do criador de outras séries como “Pose”, “Glee” ou “Hollywood”, que desvenda a vida, as motivações e as consequências de Dahmer, estreou a 21 de Setembro e, na primeira semana de exibição, chegou ao primeiro lugar do top 10 do streamer, alcançado 196.2 milhões de horas de visualização.