Abertas as hostilidades ao primeiro dia da Comic Con Portugal, o público teve a oportunidade de conhecer o actor Jacob Batalon. Jacob esteve em terras lusas durante o dia 8 de Dezembro para falar sobre o seu novo projecto “Reginald The Vampire”, que estará em exibição no canal SyFy a partir do dia 2 de Janeiro de 2023.
Entre conferência de imprensa, painel, entrevista ao vivo e autógrafos, muitas foram as oportunidades para que os fãs e demais pudessem encontrar o actor que protagoniza esta nova série, mas também dá vida a Ned Leeds nos filmes “Spider Man” do Universo Cinemático Marvel.
O lado humano de um vampiro
Numa conferência de imprensa marcada pela simpatia do jovem actor, não faltaram questões curiosas sobre este novo herói improvável que Batalon trouxe à televisão. Interpelado para falar um pouco sobre “Reginald The Vampire”, Jacob Batalon não se poupou nas palavras. Reginald, o vampiro, é uma pessoa comum, normal, que tem a oportunidade de se tornar o herói desta história. Torna-se vampiro por acidente, e é perseguido pela comunidade de vampiros que o quer matar porque, de acordo com o actor, Reginald não se encaixa no modelo físico que é esperado de um vampiro.
Estas questões da gordofobia são abordadas de uma forma leviana, sendo que uma das mensagens subliminares da série é precisamente esta personagem principal poder representar o “comum dos mortais” num guião que lhe permite ser o herói da história. «Não tens de te conformar com a versão de Hollywood sobre quem pode ser um herói, podes parecer-te comigo e ser como qualquer pessoa [comum] é», afirma Batalon, acrescentando ainda que, nesse aspecto, Reginald é suposto representar as inseguranças de todos nós, incluindo-se no mesmo saco.
Se já muitas séries e filmes existem sobre vampiros, Jacob Batalon garante que este é diferente, e que a diferença se prende precisamente na personagem principal Reginald. «Exploramos o lado mais humano de ser vampiro. As relações humanas que Reginald faz, são o que fazem com que a série seja boa», é como o actor descreve o valor desta produção do SyFy. Numa nota mais séria, Batalon volta a frisar o foco importante da série: pessoas que não são socialmente aceites pelo seu físico sofrem de bullying e é de extrema relevância falar no assunto; se o puder fazer com uma pitada de humor, quiçá negro, melhor. É essa parte não expectável que o jovem actor considera que traz valor à série.
“Reginald The Vampire” é baseada nos livros “The Fat Vampire” do autor Johnny B. Truant, que Jacob confessa ter lido dois na sua investigação para a série, mas também destaca a importância de terem alterado algum do discurso para ser mais adequado ao que queriam transmitir em termos de valores. Acrescenta, em tom de curiosidade, que o autor dos livros tem uma pequena participação na série.
Para além de personagem principal, Batalon é também produtor executivo da série. Para ele, significa uma mudança positiva a de poder conhecer a realidade por detrás da câmara e, apesar disso incluir reuniões logo de manhã cedo, poder também estar a par da escolha de cenários, de props, etc.
Um jovem actor na selva hollywoodesca
Não só de “Reginald The Vampire” se faz Jacob Batalon, mas também de papéis conseguidos e papéis não conseguidos. O actor, que antes de fazer parte do elenco recorrente dos filmes “Spider-Man” do Universo Cinemático Marvel, pouco currículo tinha debaixo do seu braço. Recebeu algumas recusas, e sabe que hoje em dia o que é importante para si é não esperar que os outros criem conteúdo que se encaixe nele. Procura histórias giras, que sejam boas de fazer, mas também procura investir em criá-las. «Estou a tentar fazer as minhas coisas».
No painel onde teve oportunidade de conversar com os fãs, o actor fez questão de aceder a todas as questões que lhe foram colocadas, para além de pedidos de fotografias, vídeos e um inédito momento entre o actor e um dos espectadores a recriar o famoso handshake de Ned Leeds e Peter Parker, nos filmes de “Spider Man”. Sempre com um sorriso no rosto, Jacob Batalon fala sobre ser actor. «Eu gosto mesmo de atenção. Gosto mesmo de actuar e entreter e transformar-me em pessoas que não sou, ser fixe e divertido e charmoso, porque na vida real não sou nada disso», confessa Batalon sobre as razões que o levaram a enveredar por este caminho profissional.
Juntou-se à escola de teatro quando era mais novo, terminou o ensino equivalente ao ensino secundário e acabou por desistir da faculdade. Sabe que a escola é importante, mas é firme quando diz que se não é algo para o qual estava destinado, então não tinha de ser. Entretanto, foi no seguimento dessa fase que também teve a oportunidade de entrar no universo Marvel, então foi quase como se os astros todos se alinhassem a seu favor. No tópico Marvel, e sobre o futuro de “Spider Man”, o actor é muito silencioso e pouco revelador. «Honestamente, não sei. Não sei se vai haver algo novo. Estou aberto a qualquer coisa, desde que seja a coisa certa, é tudo o que posso dizer».
Numa curta viagem de vida adulta, o actor de “Reginald The Vampire” faz questão de mencionar algumas vezes o estereótipo e o preconceito que existe em Hollywood, muitas vezes relacionado com o aspecto físico. Por isso tenha, talvez, enveredado por esta abordagem na sua nova produção, ou tenha uma perspectiva sobre o seu futuro muito descontraída, ao mesmo tempo que demonstra pró-actividade em fazer acontecer pelo seu futuro.
Vinte e seis anos é a idade de Jacob Batalon, que se viu atirado para o mundo da ribalta sem querer numa idade muito tenra. Admite estar a passar uma fase em que prefere produzir o que faz, escrever para si próprio e aproveitar o que a vida lhe dá. «A fama é inconstante», afirma, enquanto confessa adorar viajar pelo mundo, conhecer novas culturas, e comprar jóias e itens de valor nos diferentes países.