“Marco Paulo” é, a partir de 1 de Janeiro, mais do que o nome de um dos mais conhecidos cantores portugueses. O título dá corpo à nova aposta ficcional da SIC, que irá retratar a carreira do artista nacional, desde os seus primeiros anos de vida no Alentejo ao estrelato nunca antes visto em terras lusitanas.
A mini-série de três episódios conta com a autoria de Vera Sacramento (“A Generala”), Sara Rodi (“Crimes Submersos”) e Susana Tavares e com a realização de Manuel Pureza (“Pôr do Sol”). Numa narrativa não-cronológica, os espectadores vão poder contar com uma série que promete captar o interesse do público que já segue Marco Paulo, assim como o de outras pessoas que não o conhecem tão bem, não só a discografia como a pessoa.
«Mais do que retratar a vida do cantor, a decisão que tomámos foi contar a história de João Simão: um miúdo que nasceu em Mourão em 1945 cheio de sonhos, que queria muito ser cantor e que consegue alcançar um sucesso estratosférico», revela Vera Sacramento, em entrevista ao TV Contraluz.
Munida de um sentido de responsabilidade acrescido pelo facto de a pessoa sobre a qual esta biopic recai ainda estar viva, a equipa de escrita utilizou todos os recursos que tinha à sua disposição. Da leitura das biografias autorizadas à visualização de entrevistas dadas ao longo da carreira do cantor e conversas com o próprio Marco Paulo na sua casa, Vera Sacramento, Sara Rodi e Susana Tavares compilaram toda a informação num produto que junta drama, emoção e até comédia.
«Não tínhamos consciência da dificuldade que ele passou para alcançar o sucesso e conseguir uma carreira. Teve alguma oposição familiar e foi vítima de algum preconceito por ser um cantor romântico. Principalmente depois do 25 de Abril, o mercado discográfico estava virado para outro sítio e uma das coisas mais curiosas sobre o Marco é que ele nunca quis perder o registo dele. E nem sempre foi fácil», salienta a guionista.
Além de conversas com a equipa criativa, Marco Paulo fez também parte de todo o processo como uma espécie de consultor da sua vida, revelando detalhes que ajudaram a pôr de pé este retrato televisivo recheado de momentos desconhecidos e outros que todos conhecem. O resultado final, garante Manuel Pureza, não é um relato do que esta figura fez, cantou, disse, promoveu e alcançou. «As pessoas que não gostam do Marco Paulo não vão passar a gostar dele, tenho a certeza absoluta. As pessoas que gostam do Marco Paulo vão gostar mais dele. As pessoas que nem sim nem não vão poder ver uma série que, do ponto de vista técnico, está francamente bem feita», afirma o realizador.
Gravada em apenas 12 dias, “Marco Paulo” encontra em Diogo Martins e Fernando Luís os actores sobre quem recaiu o desafio de dar vida no ecrã a esta personalidade. Quando abordados com a proposta, ambos revelaram algum receio, mas tanto um como outro acabaram por conseguir «captar a essência de uma estrela», assegura Manuel Pureza. E se os espectadores estão à espera de ouvir uma voz a cantar que não a de Marco Paulo, desenganem-se.
Inicialmente foram usadas as vozes dos actores principais em recriações das músicas. Contudo, isso «seria desvirtuar por completo» o trabalho de Marco Paulo e optaram por utilizar as gravações originais de cada época. «O que se espera numa série do Marco Paulo é ouvir o Marco Paulo a cantar, ainda que não seja ele a aparecer, até certo ponto.» Sim, porque está garantida uma aparição «muito especial» do próprio, que culmina num dos «momentos mais emotivos da série», revela o realizador ao TV Contraluz.
Assim, e com um elenco que se estende a nomes como Alexandra Lencastre, Carolina Carvalho ou Rita Blanco, “Marco Paulo” vai levar o público numa viagem pela carreira e vida pessoal de João Simão da Silva que vai muito além dos seus anos de ouro que lhe concederam a designação de rei da música romântica portuguesa.