Já chegou à plataforma de streaming Prime Video a 2ª temporada da série portuguesa “Praxx”. Esta história acompanha seis jovens estudantes universitários que morrem quando um ritual académico que corre mal. Inspirada em factos reais, decorridos em 2013 na praia do Meco, a produção dá um desfecho à narrativa neste novo conjunto de episódios onde são exploradas as dinâmicas das praxes e as consequências que podem ter.
As personagens que os espectadores podem ver no pequeno ecrã não são uma interpretação de nenhum dos intervenientes reais dos acontecimentos que levaram à criação da série. «Não há ligação directa com ninguém na realidade. O facto verídico serve para quem escreve a história se inspirar e depois nós só trabalhamos no argumento com as personagens que nos dão. É inspirado em factos verídicos, mas é uma ficção», explica, em entrevista ao TV Contraluz, Madalena Almeida, a Marta de “Praxx”.
Mais do que recriar um momento em específico, esta série chega à televisão com o objectivo de alterar, mostrar como se pode chegar ao extremo e como muitas acções não têm o intuito de integração. João Jesus, que em “Praxx” dá vida a Gonçalo, uma figura que fora das câmaras se apelida comummente de “Dux”, salienta como esta personagem não é uma pessoa só, mas sim todos os “duxes” que existe, representando o sistema existente.
«Apesar de as praxes poderem ser educacionais – não têm só um lado mau, e a série mostra muitos momentos bons, de união de grupo –, pode ir-se ao extremo. Faz-nos reflectir. As pessoas não são integradas através da humilhação, não há integração que venha da humilhação», afirma o actor.
Em “Praxx”, seis estudantes universitários vão passar o fim-de-semana fora para celebrar a subida de cargo numa prestigiada associação académica. A diversão dá lugar ao terror quando os seis jovens morrem afogados em circunstâncias suspeitas. Marta, irmã de uma das vítimas, está convencida de que o acidente fatal foi resultado de uma praxe levada a cabo pelo líder da associação, e único sobrevivente, Gonçalo Vilar. A obsessão de Marta coloca-a no encalço da associação que quer a todo o custo impedi-la de chegar à verdade.
Para melhor desenvolverem os seus papéis, os actores da produção recorreram a amigos e colegas que participaram em praxes, além de terem assistido a actividades em universidades. O feedback obtido mostra a dualidade existente: há quem considere que a integração foi muito bem conseguida e quem tenha passado por situações pouco ponderadas e humilhantes.
«Às vezes é complicado dizer-se que não e esta série chama a atenção para isto. Acima de tudo, acho que pode encorajar jovens que não se sentem à vontade para serem praxados a dizerem que não. Mas também acho que existe um lado bom na praxe quando é encarada como algo para integrar e conhecer outras pessoas, sem intenções de humilhar e fazer o outro sentir-se menor», salienta Isabela Valadeiro, que dá vida a Sofia.
Produzido pela SIC e Santa Rita Filmes, a série é realizada por Patrícia Sequeira, que também é escritora, em conjunto com Ana Lúcia Carvalho, e conta com produção executiva de Susana Sequeira. “Praxx” junta-se agora a um portefólio de séries portuguesas na Prime Video que incluem “Operação Maré Negra”, “Chegar a Casa”, “A Crónica dos Bons Malandros” ou documentários como “Factory of Dreams: Benfica e Quintana: Um Guerreiro Extraordinário”.