A morte serve-se gelada (com arte e monges) em “Polar Park”

De acordo com o AMC, “Polar Park” apresenta referências ao humor dos irmãos Coen e à série “Fargo” e nós podemos confirmar.

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''Polar Park'' | AMC

Se procurarmos por Polar Park no Google, encontramos um parque na Noruega dedicado à vida selvagem do Ártico – com direito a lobos, ursos, linces, raposas e alces, entre outros animais amigos do frio. Mas Polar Park é também um lugar fictício na região francesa de Mouthe, cenário escolhido para a estreia que o AMC apresenta hoje.

“Polar Park” apresenta-se como um thriller francês “visualmente diferenciador com toques de comédia negra” e pode ser visto a partir de hoje, dia 17 de Março, no AMC. O primeiro episódio vai para o ar às 22h10, mas nós tivemos acesso antecipado e podemos desde já avançar que mistério é palavra de ordem.

Os espectadores são convidados a acompanhar David Rousseau (interpretado por Jean-Paul Rouve), um escritor de policiais que, após vários sucessos, encontra-se agora num momento de pouca inspiração. Ao mesmo tempo, recebe uma mensagem enigmática que o faz regressar à sua terra natal para investigar um mistério relacionado com sua falecida mãe e que envolve também… monges e os segredos que estes guardam dentro de quatro paredes.

Mas quando chega a Mouthe, encontra mais do que estava à espera. Um homicídio intriga a polícia local, que não sabe se estará a braços com um caso isolado ou um possível serial killer. Porém, uma nova morte e o padrão que se começa a traçar com as duas vítimas fazem subir a curiosidade. É que cada vítima surge acompanhada de uma espécie de aula de história de arte, uma ode à poesia que pode existir no fim de uma vida.

De acordo com o AMC, “Polar Park” apresenta referências ao humor dos irmãos Coen e à série “Fargo” e nós podemos confirmar. Desde logo a nível visual, com a aposta em tons mais sombrios e a quase ausência de cor. O ambiente quer-se tenso.

O ritmo também acompanha esta forma de contar a história. Não sendo exactamente lento, o desenrolar da narrativa pauta-se por momentos espaçados, com calma. Como se estivessemos a inspirar e expirar profundamente.

“Polar Park” apresenta elementos clássicos de policiais, incluindo a colaboração (mais ou menos bem recebida) entre elementos da polícia e cidadãos comuns. Pode um escritor que escreve sobre crimes fictícios ajudar a resolver crimes reais?

“Polar Park” é uma mini-série de apenas seis episódios, livremente inspirada no filme “Poupoupidou” (2011). Aliás, a personagem David Rousseau surge em ambas as produções e Jean-Paul Rouve é, nos dois casos, o actor escolhido para dar vida ao escritor. Um novo episódio será disponibilizado no AMC a cada segunda-feira.