Esta é a história de três mulheres, um motel e um crime. Inédito? Provavelmente não. Então, o que diferencia “Motel Valkirias” de outras premissas como esta? Em primeiro lugar, as duas línguas que dão cadência à trama – entre o português e o galego, a narrativa avança no limbo que separa dois países e vidas que se vão cruzar inevitavelmente quando algo impensável acontece.
Depois, o trio de protagonistas. É no feminino que “Motel Valkirias” se faz, encabeçada pelas portuguesas Maria João Bastos e Marina Mota e pela galega María Mera. O primeiro episódio dá a conhecer o antes e o agora das três personagens – Eva, Carolina e Lucía –, deixando já levantada a ponta do pano sobre o futuro próximo que as espera.
Por fim, o quarto protagonista desta história: o próprio motel. Por entre quartos, recepção e bar, “Motel Valkirias” provoca os espectadores com a antecipação dos segredos escondidos na imagem retro e vintage, no ambiente pesado e sombrio. Tudo pode acontecer ao abrir de uma porta, ao passar do carrinho de limpezas, à entrada de um novo hóspede temporário.
Três mulheres, um motel e um crime. Que mais é preciso para convencer? Com base no primeiro episódio, nada. Talvez se pedisse apenas um pouco mais de ritmo e banda sonora em determinadas cenas onde se sente a falta… daquela micro adrenalina difícil de explicar, que nos leva a querer ver mais e mais. Sempre com tonalidades escuras, a série necessita de uma boa dose de fast-paced para não se perder nos cenários, no silêncio e na dúvida.
De qualquer forma, não se deixem enganar: é que o final do episódio promete. Finalmente, um cliffhanger daqueles que faz querer ver o segundo capítulo logo de seguida e que deixa rapidamente a porta aberta para episódios ainda mais impactantes do que o piloto.
