Contados os votos chega o momento de revelar os vencedores da 12ª edição dos Prémios Shopia, que reconhecem e distinguem o melhor do audiovisual português. Promovidos pela Academia Portuguesa de Cinema (APC) desde 2012, estes galardões premiaram 23 categorias distintas da produção nacional numa cerimónia decorrida no Casino Estoril e apresentada pela actriz Margarida Vila-Nova e pelo actor e argumentista Pedro Miguel Ribeiro.
Com apenas uma categoria dedicada ao universo das séries, os Prémios Sophia entregam a “Causa Própria” a distinção da melhor produção do último ano. Esta aposta ficcional decorre numa pequena localidade onde acontece um homicídio que abala tudo e todos. A narrativa vai acompanhar os esforços da polícia judiciária para descobrir o autor do crime, ao mesmo tempo que desconstrói a relação familiar complicada da juíza responsável pelo caso em tribunal. “Causa Própria é protagonizada por Margarida Vila-Nova, Nuno Lopes, Ivo Canelas, Catarina Wallenstein e Afonso Laginha.
A série partilhou o papel de nomeada com as produções também da RTP “Cuba Libre” e “3 Mulheres” e da OPTO “Vanda”. Para apresentar a categoria surgiram os actores Filipa Areosa e Lourenço Ortigão e para receber o galardão subiram a palco Edgar Medina e Rui Cardoso Martins, responsáveis pelo argumento, e João Nuno Pinto, o realizador de “Causa Própria”.
«É impossível agradecer a todas as pessoas que participaram neste projecto. Do fantástico elenco à equipa técnica. Estas cerimónias são muito bonitas, mas o que fazemos é muito difícil e muito sujo, o plateau não é sempre um lugar bonito onde se constrói magia. Também é um campo de guerra onde lutamos por sonhos e para concretizar coisas. Devemos isso a uma quantidade enorme de pessoas que não estão aqui nestas categorias, não estão sequer nesta cerimónia. Dezenas e dezenas de técnicos, electricistas, assistentes de produção, fornecedores, gente que faz com que este enorme diálogo chegue a bom porto. Neste momento é nesta gente que penso», diz Edgar Medina, no discurso de agradecimento ao prémio.
Já Rui Cardoso Martins deixa o seu obrigado a Edgar Medina, que conheceu há 10 anos, pela forma como começou a trabalhar as séries. «Obrigado à Academia por se ter lembrado dos argumentistas. Somos uma espécie de escravos das galés e relembro o Guilherme Mendonça e a Elsa Sequeira Santos que nos ajudaram a escrever. Agradeço também ao Nuno Artur Silva que pensou na hipótese de fazermos séries como deve ser em Portugal.»
João Nuno Pinto reforça a ideia de que o prémio é de todos os envolvidos no making of de “Causa Própria”, apontando à plateia para nomear alguns dos participantes como Afonso Laginha e Ana Vilela da Costa. «É uma luta fazer cinema ou séries em Portugal. Fazer já é uma vitória. Parabéns a todos os que fazem e que conseguem fazer produtos de audiovisual em Portugal.»
Notícia actualizada a 22/05/2023, às 20h04, com os discursos de agradecimentos dos autores e realizador de “Causa Própria”.