Setembro está para as novidades como Janeiro para as resoluções de Ano Novo e prova disso é a apresentação de mais uma grelha de programação da RTP. Foi no passado dia 13 de Setembro que o canal público português reuniu no Capitólio, em Lisboa, as suas caras mais conhecidas para revelar o que os espectadores podem esperar ver na TV nos próximos meses.
Do novo apresentador do “5 Para a Meia Noite” (Gilmário Vemba) a mais uma edição de Taskmaster ou The Voice, que contam com novos participantes e jurados, o canal 1 promete não ter minutos de tédio nem durante o dia nem durante a noite.
E é precisamente depois de o sol se pôr, sempre à segunda-feira, que vão surgir no ecrã as séries que a RTP tem preparadas. São elas cinco e trarão à televisão portuguesa diversos géneros ficcionais. “Codex 632” é já a primeira a mostrar o que vale, com estreia marcada para o dia 2 de Outubro.
“Codex 632”
Adaptada do livro homónimo de José Rodrigues dos Santos, esta série, co-produzida pela Globoplay, acompanha Tomás de Noronha, um criptoanalista que embarca numa viagem pelos Descobrimentos para descobrir que este pedaço da História portuguesa pode não ter sido exactamente como a conhecemos. Paulo Pires é o actor que dá vida ao protagonista, enquanto Sérgio Graciano assume o leme da realização e Pedro Lopes (“Glória”) o do argumento ao lado de Inês Gomes, Alexandre Castro e Sandra Santos.
Quem conhece a obra literária poderá encontrar na versão televisiva muito do que leu, mas há algo mais guardado. Temas como identidade de género, colonialismo ou a cancel culture vão ser abordados para permitir trazer alguma novidade e uma linguagem diferente.
“Codex 632” tem no elenco Deborah Secco, Leonor Belo, Betty Faria, Alexandre Borges, Ana Sofia Martins, Matamba Joaquim, Marcelo Urgeghe, Miguel Nunes, Albi de Abreu, José Mata, Bia Wong e João Bettencourt, entre outros.
“Erro 404”
Protagonizada por Inês Aires Pereira, “Erro 404” tem Rita como personagem principal. Esta acabou de perder a melhor amiga e companheira de casa. Segundo revela a sinopse, está triste, desmotivada e apática, quando descobre no telemóvel uma aplicação que lhe permite viver a vida de outras pessoas.
A precisar de mudar algo na sua vida, decide instalar a Appy e embarcar nas várias experiências que a aplicação tem para lhe oferecer. Porém, Rita não percebe que os erros da aplicação, ainda em fase experimental, irão provocar consequências irreparáveis na sua vida.
“Erro 404” conta ainda no elenco com Valerie Braddell, Ana Valentim, Rui Maria Pêgo, Cristóvão Campos e Marisa Liz, entre outros. A realização fica a cargo de Patrícia Sequeira que assina também o argumento juntamente com Tota Alves e Guilherme Vital. Ainda não há data de estreia confirmada.
“Matilha”
“Matilha” é o spin-off da série “Sul”, estreada em 2019, que teve como foco um inspector da Polícia Judiciária niilista e socialmente incapaz, que investiga um conjunto de mortes suspeitas no Rio Tejo.
Nesta mais recente aposta, as personagens de Afonso Pimentel e Margarida Vila-Nova regressam para mostrar a jornada de redenção de Matilha que abandona a vida de marginal e luta para não perder o amor de Mafalda. Contudo, a tentativa de reabilitar-se perante a sociedade não terá os resultados esperados.
Catarina Wallenstein é uma das novas caras, que dará vida a Clara, uma jornalista cativada pela história de Matilha e que irá criar a ponte com a polícia à medida que também ela faz a sua própria investigação. «Tento ser o fio condutor da aventura, do suspense e da investigação. Foi super divertido [interpretar este papel]. Ainda não tinha feito uma jornalista», diz a actriz, em entrevista ao TV Contraluz.
Realizada por João Maia, “Matilha” tem como argumentistas Edgar Medina, Rui Cardoso Martins e Guilherme Mendonça. No elenco contam-se os nomes de Miguel Borges, Ricardo Pereira, Leandro Lima, Maria João Bastos, António Durães, Catarina Wallenstein, Beatriz Godinho, João Pedro Vaz, Dinarte Branco e Vicente Wallenstein, entre outros.
“Operação Maré Negra” T3
A história de Nando chega ao fim com a terceira temporada de “Operação Maré Negra”, cuja estreia está prevista para Fevereiro de 2024. Com Jorge López (“Elite”) de novo no papel principal, o elenco compõe-se com a adição da também protagonista da série espanhola da Netflix, Mina El Hammani, e com o regresso da portuguesa Lúcia Moniz que deu vida à inspectora Carmo na temporada de estreia.
Quem também estará presente no pequeno ecrã para o desfecho é Soraia Chaves e a sua Dani. No final do capítulo anterior, as barreiras da inspectora diluíram-se e viu-se do lado contrário da lei, a ajudar o narcotraficante. Agora, garante a actriz, «vamos ver uma Dani mais vulnerável, humana, que está a perder o controlo sobre a situação».
Sobre o trabalho com Lúcia Moniz, Soraia Chaves garante que ficou muito feliz por vê-la de novo na série, uma vez que o seu papel, de certa forma, a foi substituir. «Ela vem com imensa força. A sua personagem regressa para contrabalançar. Tem um cargo acima, está a trabalhar na Interpol, vai reaparecer e chefiar. Vai haver uma rivalidade entre as duas agentes portuguesas», deixa antever a actriz.
Esta co-produção luso-espanhola foi novamente produzida pela Ficción Producciones com Mamen Quintas e Julio Casal no papel de produtores executivos. Em Portugal, a produção contou com a RTP e a produção executiva de Pandora da Cunha e Pablo Iraola da Ukbar. A equipa de realização continuou a ser liderada por Igor Legarrata e Oskar Santos. Já a equipa de argumentistas é composta por Asier Guerricaechebarria e Javier Echániz.
No elenco estão ainda Oscar Jaenada, Bruno Gagliasso, Pêpê Rapazote, Soraia Chaves, Diego Anido, Luis Zahera,Daniel Ibañez, Miguel de Lira, Patricia Vico e Belén López, entre outros.
“Lusitânia”
“Lusitânia” chega ao pequeno ecrã como a primeira série portuguesa de fantasia. Criada por Nuno Soler, esta aposta é composta por seis episódios antológicos, o que significa que cada um conta uma história diferente, mas todos se inspiram em contos e lendas folclóricos do imaginário português.
Foi há cerca de seis anos que as mentes por trás desta série começaram a delinear aquilo que em breve os portugueses poderão ver. Por ser um primeiro passo num género pouco ou nada explorado em Portugal, Nuno Soler quis garantir que o argumento, em conjunto posteriormente com a realização, não tinha nada para falhar.
Num painel dedicado a “Lusitânia” moderado pelo TV Contraluz durante a OriginCon, o argumentista, o realizador Frederico Serra e os actores Maria Leite e Mauro Hermínio revelaram o processo técnico envolvido, assim como aquilo que inspirou esta produção.
Sendo a História portuguesa rica em contos, fábulas e lendas esquecidas pelo tempo que têm na sua génese um pouco de magia, misticismo e sobrenatural, fez sentido a Nuno Soler pegar nesses textos e adaptá-los a histórias para a televisão. Para tal, garante Frederico Serra, não é necessário recorrer a demasiados efeitos especiais. É possível criar a sensação de sobrenatural mesmo sem o ver.
Maria Leite é a protagonista do episódio intitulado “Inês Negra” e dá vida a uma mulher guerreira, que vai além da sua condição definida na altura para lutar por aquilo em que acredita sem impedimentos. Já Mauro Hermínio interpreta um pirata de coração partido (e em terra) em “Cidade Perdida”.
Catarina Wallenstein é também uma das caras a integrar os elencos, nomeadamente o do episódio “Boi Vermelho”, juntamente com Madalena Aragão. Todas as personagens se encontram numa estalagem onde a magia vai acontecer e a narrativa leva os intervenientes a libertarem-se das suas condicionantes.
«Na ficção nacional, seja qual for o registo, a ideia é sempre de verosimilhança e aqui não. Temos espaço para a fantasia, para o fantástico, para o inverosímil. Acho que isso é sempre interessante para um actor. Podes dar camadas, não estás tão preocupada com coerência», reflecte Catarina Wallenstein. Já Madalena Aragão recorda os dias de gravações com temperaturas a chegar aos quatro graus negativos. «Foi muito duro, mas muito prazeroso. Há muita fantasia, muitas coisas apaixonantes.»
Os espectadores também poderão ver Igor Regalla em “Lusitânia” onde dá vida a um padre «muito nervoso e preocupado» em “A Aposta com o Diabo”, acabando por se tornar o alívio cómico da história. O actor protagoniza o episódio ao lado de João Vicente, um frei que faz uma aposta com o Diabo para construir uma ponte na aldeia.
«Gravámos no Norte, num sítio onde não havia rede. Foi uma coisa de imersão, parecia que estávamos em 1500, como era suposto ser», relembra Igor Regalla, que define a série como «muita coisa num conceito só: fantasia, acção, drama… É diversidade».
Lista de episódios e elenco:
“Criança Lobo”: Manuel Nabais, Rita Cabaço, Rui M Silva, Maria João Pinho e Beatriz Maia.
“A Aposta com o Diabo”: João Vicente, Igor Regalla, João Pedro Vaz, Carla Maciel, Cláudia Jardim.
“Boi Vermelho”: Allex Miranda, Miguel Moreira, Madalena Aragão, Miguel Loureiro, António Mortágua, Catarina Wallenstein, Sílvia Chiola.
“Cidade Perdida”: Soraia Tavares, Paulo Pascoal, João Arrais, Ana Amaral, Mauro Hermínio, Éric Santos.
“A Lenda da Serpente”: Júlia Palha, Rita Loureiro, Pedro Lacerda, Rita Rocha Silva, Vicente Gil, Paulo Calatré, Margarida Bento.
“Inês Negra”: Maria Leite, Joana Ribeiro, Pedro Inês, Romeu Runa, Margarida Antunes, João Estima.
