Quase duas décadas depois de ter chegado às livrarias, a obra literária “Codex 632” de José Rodrigues dos Santos transporta-se agora para o pequeno ecrã numa adaptação televisiva com o mesmo nome da RTP e da plataforma de streaming brasileira Globoplay.
A série conta com seis episódios que serão transmitidos no canal público português todas as segundas-feiras, a partir de 2 de Outubro. No elenco estão nomes bem conhecidos, tanto nacionais como do Brasil: Paulo Pires, Deborah Secco, Betty Faria, Ana Sofia Martins, Alexandre Borges, Matamba Joaquim, entre outros. Os espectadores poderão também ver a estreia da jovem Leonor Belo. a realização ficou ao leme de Sérgio Graciano, enquanto o argumento é assinado por Pedro Lopes.
No centro da narrativa está uma personagem que os leitores dos livros conhecerão como ninguém – Tomás de Noronha. Interpretado por Paulo Pires, este simples professor universitário parte numa aventura pela descoberta de quem foi realmente Cristóvão Colombo depois de o seu mentor ser assassinado e deixar a meio uma investigação com o potencial de mudar para sempre a forma como se olha para este pedaço da História.
Porém, esperam-se também novidades nesta passagem para a televisão, já que foram incluídos temas contemporâneos como a cancel culture, a representatividade, o colonialismo e a identidade de género – a personagem de Leonor Belo é «rapaz e rapariga ao mesmo tempo». Sobre estas alterações, o autor do livro salienta em entrevista que as «compreende perfeitamente», uma vez que um romance e uma série «são linguagens muito diferentes».
Mas isso não impede José Rodrigues dos Santos de desejar que algo em particular pudesse estar nesta adaptação: a investigação nos arquivos. «É quase uma investigação de detectives sobre a História. Vamos ver quais são as provas. Num filme ou na televisão é impossível fazer, porque se não a personagem estaria sempre a ver documentos do princípio ao fim. Toda essa parte do inquérito ao passado, a procurar quem era Cristóvão Colombo, está muito superficial na série, mas não há outra hipótese.»
Nem só de História se faz “Codex 632”
Nesta viagem ao passado por onde “Codex 632” levará os espectadores não há apenas de detalhes saídos de uma enciclopédia ou de um manuscrito da Torre do Tombo. Espera-se igualmente muita acção, contratempos e obstáculos.
Quem o garante é Ana Sofia Martins, que dá vida a Vitória Nascimento, colega do protagonista e sua confidente. «Por trás daquela capa de professora universitária esconde-se um espírito intransigente e meio rebelde. Vai embarcar nesta aventura de corpo e alma com tudo o que isso implica», deixa antever.
Além disso, o tempo chega ainda para temas mais sóbrios, trazidos pela personagem de Betty Faria – a eterna Tieta do Agreste. Luísa fica viúva a par de começar a demonstrar sinais de Alzheimer, e para a actriz, «entrar nesse universo foi doloroso».
Com um elenco internacional, gravada entre Lisboa e o Rio de Janeiro, e alavancada pelo streamer Globoplay, “Codex 632” traz à televisão portuguesa e mundial uma história que promete reviravoltas, emoção e uma questão: quem foi realmente Cristóvão Colombo?
