Todas as nações têm na sua génese algum tipo de lenda ou mito e Portugal não é excepção. Do regresso de D. Sebastião num dia de nevoeiro ao amor que transcende a morte de Pedro e Inês, da rainha que transforma pão em rosas a Geraldo Sem Pavor que conquistou Évora numa noite, exemplos não faltam e raros serão aqueles incapazes de enumerar uma outra história fantástica do passado nacional.
E se há fábulas mais conhecidas, outras tantas existem que dificilmente tenhamos aprendido nas aulas de História. Mas estamos prestes a conhecer seis delas com a nova série da RTP, “Lusitânia”, a primeira que explora o género da fantasia na ficção portuguesa.
Criada por Nuno Soler e com realização de Frederico Serra, esta aposta televisiva apresenta-se como uma antologia, onde cada episódio leva os espectadores por uma narrativa diferente, inspirada em textos há muito esquecidos. Os locais de gravações foram escolhidos a dedo para transmitir a aura pretendida numa época medieval onde as personagens se vão desafiar a si próprias, ao status quo e àquilo que as condiciona.
Sabugal, Sortelha, Rosmaninhal, Monsanto, Penamacor, Penha Garcia e Idanha-A-Nova são assim as terras lusitanas que servem de pano fundo aos seis capítulos que passam também pela comédia, drama, épico e terror. De acordo com os actores, o facto de as filmagens decorrerem sempre em local permitiu uma maior imersão nas personagens e conferiu mais realismo às cenas – do frio gélido ao calor atenuante, da terra e pó aos arranhões dos arbustos.
Lusitânia – Inês Negra (Trailer) from Take It Easy Film on Vimeo.
“Inês Negra” dá o pontapé de partida a “Lusitânia”
“Inês Negra” é o primeiro episódio a chegar aos pequenos ecrãs a 13 de Novembro, situando-se numa altura em que Portugal está em guerra e o Castelo de Melgaço mantém-se fiel aos castelhanos. Inês Negra enfrentará a maior ameaça de Castela, outra mulher, uma figura sombria que aterroriza o exército português. O passado de Inês vai pô-la à prova numa espiral de traições e sangue.
Cada episódio tem um elenco diferente, fazendo parte deste Maria Leite, Joana Ribeiro, Pedro Inês, Romeu Runa, Margarida Antunes e João Estima. Seguem-se:
- “A Aposta com o Diabo” (João Vicente, Igor Regalla, João Pedro Vaz, Carla Maciel e Cláudia Jardim),
- “Cidade Perdida” (Soraia Tavares, Paulo Pascoal, João Arrais, Ana Amaral, Mauro Hermínio, Éric Santos),
- “Boi Vermelho” (Allex Miranda, Miguel Moreira, Madalena Aragão, Miguel Loureiro, António Mortágua, Catarina Wallenstein e Sílvia Chiola),
- “A Lenda da Serpente” (Júlia Palha, Rita Loureiro, Pedro Lacerda, Rita Rocha Silva, Vicente Gil, Paulo Calatré, Margarida Bento)
- “Criança Lobo” (Manuel Nabais, Rita Cabaço, Rui M Silva, Maria João Pinho e Beatriz Maia).
Quem quiser ficar a conhecer a inspiração por trás da série, incluindo as lendas que lhe dão origem, o processo de gravações, as caracterizações e até a banda sonora poderá aceder ao website criado para o efeito, com todas as informações disponibilizadas pela produção.
“Lusitânia” vai ocupar o horário das 21h na RTP todas as segundas-feiras, dando continuidade à aposta do canal público português na ficção nacional depois da recente “Codex 632”.
