Na ficção científica, Raymond Lee encontra conforto e oportunidade

Pelas viagens no tempo de "Quantum Leap", o actor que dá vida a Ben Song revelou alguns dos desafios que protagonizou na série, bem como as suas expectativas para o futuro.

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Ficção científica e empatia são dois dos ingredientes principais da receita do bolo que Raymond Lee trouxe à Comic Con Portugal no dia 22 de Março. Com vários papéis no currículo, em séries como “Here and Now” ou “Kevin Can F**K Himself”, Lee chega a “Quantum Leap” como protagonista.

O salto temporal de Raymond Lee

É na pele do Dr. Ben Song de “Quantum Leap” que o actor experiencia pela primeira vez um papel principal. Com uma série completamente no epicentro da ficção científica, com direito a viagens no tempo e posicionamento corporal no tempo e no espaço em mãos, Lee confessa que este género sempre foi algo que lhe criou «fascínio». Desde os filmes que aprecia, ao facto de «existir normalmente um elenco muito diverso», trabalhar no género era quase uma espécie de manifestação.

«Eu queria dar vida a alguém que tivesse uma parte significativa de uma história», revela Raymond Lee, ao falar do seu Dr. Ben Song. Ser protagonista de uma série foi algo que nunca tinha vivido antes, em televisão, pelo menos, mas a experiência que teve ao longo da sua carreira, incluindo ter protagonizado uma peça de teatro antes de ter recebido o convite para participar em “Quantum Leap”, foi essencial para que ganhasse confiança para o fazer nesta produção.

A sua admiração pela personagem a que dá vida é notória. Não faltam a Raymond Lee palavras para descrever todas as qualidades deste líder de “Quantum Leap”. «Ele é melhor pessoa do que eu», confessa entre risos, «e se há algo que posso retirar de quem ele é, é a assertividade e o forte sentido de empatia que tem.»

“Quantum Leap” acompanha este Dr. Ben Song no ressuscitar de um projecto que foi iniciado há 30 anos pelo Dr. Sam Beckett, que carinhosamente acompanhou os ecrãs dos americanos no início dos anos 90, onde mistérios sobre as viagens no tempo são desvendados pela equipa liderada por Song.

«Sinto que a nossa série é uma forma de comforto», sublinha. «Quando gostas de uma série e alguém faz um revival, é fácil decidires que queres ver esta nova versão, ao mesmo tempo que esperas que não seja drasticamente diferente.» Num paralelismo imediato à realidade, é o actor que oferece que, tendo em conta o actual estado da sociedade norte-americana, é exactamente o tipo de conforto que o espectador precisa.

Nem sempre os reboots funcionam, mas a opinão de Raymond Lee é muito incisiva. Se a pressão estava lá inicialmente, junto do elenco, para serem tão bons quanto os originais, depressa percebeu que «a série encontrou a sua própria voz». A missão, rapidamente passou a ser a de criar uma identidade própria para esta nova versão da série, sempre mantendo o respeito que permita fazer jus ao original.

Claro que não foi só dessa pressão que se fez “Quantum Leap”, já que a produção sofreu o infortúnio de ser afectada pelas greves de argumentistas e actores nos Estados Unidos da América. «Tivemos mais de duzentos dias seguidos de produção e foi muito intenso, especialmente porque sabíamos que [a greve] ia chegar.» No final, tudo correu pelo melhor, já que “Quantum Leap” foi das poucas séries transmitidas em cabo que conseguiu estrear uma temporada durante a fall season televisiva, graças a este esforço monumental da equipa.

Uma história por contar?

Apesar do carinho que o actor transborda pela série que lhe deu plataforma para se desdobrar num papel com várias dimensões, Raymond Lee transporta em si vários desejos para o futuro da sua carreira. «Se tivermos a oportunidade de ter outra temporada, vou definitivamente pedir para realizar um episódio», avança. «Se há um local onde acho que seria muito apoiado, é no local de gravações de ‘Quantum Leap’.»

É assim que o actor revela querer sair da sua zona de conforto de actuar para mais variáveis no mundo do entretenimento. Da realização à produção até à escrita, Raymond Lee quer aumentar o seu leque de capacidades para poder um dia enveredar por este caminho.

«Tudo isto começou a interessar-me porque há histórias que quero contar», sublinha o actor, referindo-se às suas origens coreano-americanas. «Sei que sou a pessoa ideal para contar estas histórias que experienciei, que os meus amigos experienciaram. Não quero que outras pessoas as contem por mim.»

Numa mistura de personagens empáticas, obscuras e de uma carreira diversificada por várias personagens, Raymond Lee quer naturalmente expandir-se no futuro da sua carreira. É com os pés assentes na terra que revela que o facto de querer criar, faz com que, neste momento, esteja numa fase de observação e aprendizagem, potenciada pelo conforto de estar junto a uma equipa que considera «ideal» para se testar a si mesmo.

Raymond Lee em painel na Comic Con Portugal 2024 | TV CONTRALUZ
Raymond Lee em Conferência de Imprensa na Comic Con Portugal 2024 | TV CONTRALUZ
Raymond Lee em Conferência de Imprensa na Comic Con Portugal 2024 _1
Raymond Lee em painel na Comic Con Portugal 2024 | TV CONTRALUZ
Raymond Lee em Conferência de Imprensa na Comic Con Portugal 2024 | TV CONTRALUZ
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