Já todos teremos visto aqui ou ali um filme western que narra a vida no sudoeste americano no século XIX, ou até mesmo uma série cujos cenários não vão além de longas planícies, muito pó, cavalos e pistolas. Esta época da história norte-americana parece ter um encanto e um charme difíceis de explicar, rodeada de um misticismo que sobrevive até aos dias de hoje.
É precisamente esse ambiente que a nova série documental da Netflix “Wyatt Earp and the Cowboy War” demonstra, dando conta de uma das rixas pistoleiras mais famosas de que há memória no país. Se o nome desta personagem real não te diz nada, bem, não é caso para alarme. Afinal de contas, o século XIX é um período conturbado dos ainda recentes Estados Unidos da América onde muito aconteceu e muitas lendas surgiram.
Mas, ao longo de seis episódios, o docudrama percorre todos os pormenores necessários para que o espectador entenda as circunstâncias, os porquês e comos é que a rivalidade entre um vigilante de uma pequena povoação no Arizona e um líder de um gangue quase levaram a uma segunda Guerra Civil.
Mais do que o enredo principal de “Wyatt Earp and the Cowboy War”, é interessante perceber o contexto socio-político e a realidade daqueles tempos em que os intervenientes se inserem: a descoberta de grandes depósitos de prata, a expansão da via ferroviária, o negócio de gado, a influência britânica nos todos-poderosos dos EUA como J.P. Morgan ou Wells Fargo.
Entre reenactments, imagens reais, a explicação de especialistas e a narração de nada mais nada menos do que Ed Harris (“Westworld”), mergulhamos na vida do pistoleiro Wyatt Earp e na sua demanda pela justiça. (Sim, “Wynona Earp” inspira-se nele mesmo).