Estamos na recta final de mais um ano que certamente ficará para a História por este ou aquele evento, mais ou menos positivo. E no mundo das séries a teoria não é diferente. Com cada vez mais produções a serem lançadas num ritmo frenético, torna-se impossível estar a par de tudo o que há para ver em todas as plataformas de streaming e canais de televisão.
Mas como o nosso trabalho aqui é precisamente falar sobre o melhor – e o pior – que o pequeno ecrã tem para oferecer em termos de ficção aos ávidos espectadores, reunimos 24 séries que consideramos serem algumas das melhores em 2024. Preparados? Vamos lá.
Matilha | RTP
Começamos pelo início, em Janeiro, que arrancou fresquinho com uma estreia portuguesa na RTP. Trata-se de “Matilha”, o spin-off de “Sul”, que deu uma perspectiva mais aprofundada à vida do delinquente de bom coração interpretado por Afonso Pimentel, e à sua sempre presente parceira Mafalda (Margarida Vila-Nova).
True Detective: Night Country | Max
Ainda em Janeiro, e mantendo presente o tópico do friozinho, tivemos a 4ª temporada de “True Detective”, com o sub-título “Night Country”. Protagonizado por Jodie Foster e Kali Reis, este conjunto de episódios decorre no gélido Alasca, quando o sol se põe durante três longos e árduos meses. A temporada voltou a captar a mística que deu origem à série, misturada com o mistério e o thriller num cenário arrepiante.
Mr. and Mrs. Smith | Prime Video
Deixamos para trás este infindável mês e seguimos para o do amor. Logo para começar, chegou à Prime Video a adaptação televisiva do filme homónimo de 2005, “Mr. & Mrs. Smith”. Nesta versão, dois espiões desconhecidos são colocados na mesma missão, disfarçados de casal. E se a partir daqui tudo pode parecer bastante óbvio – até por que quem é que nunca viu o filme?! –, dizemos desde já que nem tudo é o que parece.
One Day | Netflix
O amor continua forte com a estreia de “One Day”, da Netflix. Esta incursão televisiva pela obra literária com o mesmo nome de David Nicholls – e que já teve direito a ser vista no grande ecrã em 2011 – é capaz de destruir as barreiras emocionais até de um alicerce de cimento de um arranha-céus à prova de sismo. A relação de Emma e Dexter é-nos contada ao longo de vários anos, sempre no mesmo dia, quando se voltam a reencontrar. Soa lame? Talvez seja, mas preparem os lenços de papel.
The Bad Batch T3 | Disney+
2024 fica marcado como o ano que viu chegar aquela que é apelidada como a pior estreia do universo Star Wars: “The Acolyte”. Felizmente, não é sobre isso que escrevemos neste artigo. Aqui só há espaço para coisas boas e uma delas é o fim de “The Bad Batch”. O spin-off da aclamada “The Clone Wars” foi tudo o que os fãs deste esquadrão “defeituoso” podiam pedir – muita acção, aventura, suspense e emoção.
Shõgun | Disney+
Fevereiro termina com, provavelmente, a melhor estreia do ano. “Shõgun” prometeu e entregou tudo o que tinha e não tinha ou não dominasse as nomeações aos diversos prémios na categoria de Drama. Esta história de época transporta o espectador directamente para o Japão do século XVII, quando os portugueses tentavam levar o cristianismo aos quatro cantos do mundo e a lei samurai ainda ditava a ordem naquele país insular. São 10 episódios recheados de controvérsias políticas, batalhas épicas e romance – quase sempre em japonês.
Erro 404 | RTP
Com o aproximar da Primavera vêm mais apostas portuguesas, desta vez a nossa própria incursão por um mundo aproximado ao que “Black Mirror” imaginou, com “Erro 404”. Protagonizada por Inês Aires Pereira, esta série aborda temas como o luto, a solidão e a depressão através de uma app que promete a felicidade ao permitir trocar de vida por alguns momentos com outra pessoa. Estão garantidas algumas gargalhadas e reflexões filosóficas.
Operação Maré Negra T3 | RTP
Três anos após a estreia desta série que começou por retratar o caso real de um submergível que viajou do Brasil à Galiza carregado de droga, “Operação Maré Negra” chega ao fim com a mesma dose de acção e reviravoltas, saltando entre Portugal, Espanha e Brasil e as línguas de cada um dos países, numa demontração clara do que se faz de bom em Portugal.
Fallout | Prime Video
Chegamos à Primavera com aquela que já é considerada a melhor adaptação televisiva de um videojogo e que promete uma experiência inesquecível tanto a fãs como a novos espectadores. Situada num mundo pós-apocalíptico devastado pela guerra nuclear, “Fallout” explora a luta pela sobrevivência e as complexas interacções humanas num ambiente marcado por ruínas, criaturas mutantes e tecnologia dos anos 50.
Baby Reindeer | Netflix
Já pensaram como seria ter um stalker? Parece coisa fácil de resolver, mas não é nenhum mar de rosas. Que o diga o protagonista de “Baby Reindeer”, interpretado por Richard Gadd, que sofreu verdadeiramente na pele muito daquilo que é retratado nesta série da Netflix. E tudo começou antes de a sua admiradora engraçar obsessivamente com ele numa tarde aleatória.
Doctor Who T14 | Disney+
Foi quase às portas do Verão que “Doctor Who” chegou pela primeira vez a todo o mundo pela mão de uma plataforma de streaming para conquistar novos fãs e resgatar os antigos. Esta incursão da icónica personagem britânica pelo universo trouxe uma muito necessitada lufada de ar fresco, com o ideal de agradar à geração mais nova, mas, em simultâneo, oferecer a quem já conhece estas andanças há muito referências sentimentais de aquecer o coração. A TARDIS pode ter outra roupagem, mas será sempre a mesma, nesta e em qualquer timeline.
SEMPRE | RTP
Em 2024 celebraram-se os 50 anos do 25 de Abril e para o assinalar da melhor forma Manuel Pureza (“Pôr do Sol”, “Até Que a Vida Nos Separe”) colocou mãos à obra para criar uma série antológica que retratasse aquele dia pelo olhar das pessoas comuns que o viveram. Assim foi e assim surgiram seis episódios que contam uma mesma história por olhares diferentes da revolução que trouxe a liberdade uma vez mais ao país.
The Boys T4 | Prime Video
Com os termómetros quase a escaldar, “The Boys” dispensa apresentações. Esta série sobre super-heróis que de heróis pouco ou nada têm conquistou a crítica e os espectadores a nível mundial, seguindo forte no seu paralelismo ficcionado de uma realidade que não anda assim tão distante – se retirarmos os poderes, quais são realmente as difrenças? A 4ª temporada poderá não ter sido do agrado de todos, mas foi um downpace necessário para o que se avizinha na 5ª e última temporada.
House of the Dragon T2 | Max
O solstício de Verão está ao virar da esquina, enquanto os dragões dançam e a guerra escala. O início do fim da Casa da Targaryen continua forte com uma temporada que, embora não tenha agradado a todos, mostrou aquilo que está para vir quando os estandartes seguirem para a batalha e os rugidos soarem nos céus de todo o Westeros.
Astro-Mano | RTP
Uma verdadeira ode ao cinema imperecível da década de 80 aterrou na televisão portuguesa com “Astro-Mano”. Em cada esquina um aceno a um filme icónico, em cada cena uma razão para rir nesta comédia sci-fi que acompanha o desabrochar de uma amizade entre Pedro – um humano vulgar – e Astro – um extraterrestre à antiga.
Kaos | Netflix
Esta estreia passou despercebida na miríade de escolhas que a Netflix oferece e a prova disso é o facto de ter sido cancelada logo na primeira temporada. Imerecidamente, já que “Kaos” é sem dúvida uma das novidades escaldantes em séries de 2024, com uma abordagem cómica à temática das divindades, que se mesclam nos afazeres mundanos, deixando espaço para uma crítica social aguçada.
Agatha All Along | Disney+
Westview continua a surpreender. Os fãs do Universo Marvel recordam-se certamente desta bruxa que fez a vida negra a Wanda Maximoff, a Scarlet Witch. Agatha Harkness regressa à televisão desta vez no papel principal numa aventura em busca da Estrada das Bruxas que promete mais plot twists do que episódios! Down, down, down the road, down the Witches’ Road…
Monsters: The Lyle and Erik Menéndez Story | Netflix
Ryan Murphy é um nome que não passa despercebido a quem se aventura por este mundo das séries há algum tempo. Autor de títulos como “American Horror Story” ou “American Crime Story”, Ryan Murphy é um veterano das histórias macabras, mas cativantes. Esta sua nova incursão pelo mundo do true crime não é excepção e a segunda temporada da antologia “Monsters” é capaz de agarrar do primeiro ao último episódio.
The Penguin | Max
“The Penguin” chegou na rentrée do ano para surpreender. A narrativa, carregada de tensão e brutalidade, não só expande o submundo de Gotham City como também apresenta uma transformação cativante da personagem num dos vilões mais fascinantes da DC. Com um tom sombrio e realista que prende o espectador, a série promete ser uma experiência imperdível para quem aprecia histórias de poder, ambição e traição, consolidando ainda mais a visão única de Matt Reeves para este universo.
Rivals | Disney+
“Rivals” poderá ter chamado a atenção de muitos por um factor em especial: David Tennant. E se muitos vieram pela participação do actor, outros tantos terão ficado pela história que, meio cliché, se desdobra em nuances cómicas, românticas e de conspiração, com os anos 60 da Inglaterra como cenário. Nada falha nesta primeira temporada da adptação da obra de Jilly Cooper que deixa já no ar aquela saudade de serões em frente à lareira. Espera-se que assim continue na segunda temporada, já confirmada.
Arcane T2 | Netflix
Estamos quase no Inverno e as temperaturas menos amenas fazem-se sentir, mas esta estreia afastou qualquer arrepio – pelo menos de frio. “Arcane” tem corrido as bocas do mundo, depois de um fim à medida para esta história que conquistou os fãs do videojogo “League of Legends” e outros que descobriram o universo graças a Vi e Jinx. Com uma animação de deixar qualquer um de boca aberta, a 2ª temporada de “Arcane” é tão boa ou melhor do que a primeira, oferecendo uma narrativa imprevisível, mas sólida. O arco completa-se, não deixando espaço para qualquer dúvida ou interrogação.
Senna | Netflix
Ayrton Senna da Silva faleceu em 1994 ao volante de um carro de Fórmula 1 mas a sua morte, ainda que relembrada por todos os fãs do desporto-rei do automobilismo, não é o mais marcante deste herói do asfalto. “Senna” chegou à televisão pelas mãos de quem tem ainda muito carinho pelo piloto brasileiro que tinha tanto de génio como de louco para retratar o ascender da carreira deste icónico tri-campeão de Fórmula 1. E se as lágrimas caem e as emoções estão ao rubro, quem somos nós para não nos deixarmos levar?
Skeleton Crew | Disney+
Por esta altura, os pensamentos andam à volta de presentes, Consoada e Réveillon, mas ainda há tempo para pôr no sapatinho mais uma ou duas séries em 2024. A sombra de “The Acolyte” continua por perto, mas o universo Star Wars sai a ganhar este ano com mais uma estreia que faz jus ao franchise. “Skeleton Crew” restaura a fé que alguns fãs poderão ter perdido durante o Verão com esta aventura galáctica de quatro intrépidos jovens, que só querem regressar a casa. E se Jude Law é um grande nome desta produção, está garantido que os espectadores vão ficar pela ligação que os pequenos protagonistas vão criar, pela nostalgia e pelas referências clássicas tanto a Star Wars como a outros universos (sim, estamos a falar de “Indiana Jones”).
Squid Game T2 | Netflix
E sem tempo para mais aventuras, chegamos à derradeira novidade de 2024. Três anos depois da estreia que arrebatou o mundo, “Squid Game” regressa para mais uma ronda de jogos mortais, desta vez com um novo objectivo: mandar abaixo a organização. Ainda que com grande parte do tempo de antena dedicado a novos desafios de cortar a respiração – literalmente -, a série sul-coreana embarca numa narrativa diferente daquela que apresentou no conjunto inicial de episódios, dando o mote para o que promete ser uma 3ª e última temporada explosiva.