Ilha de Faro, um resort de luxo, uma morte inesperada. É este o mote de “Faro”, uma série portuguesa e português sobre as gentes do Algarve e os problemas que assolam a região. Em estreia na RTP hoje, 16 de Junho, a nova aposta das noites do canal público pode ser vista todas as segundas-feiras, às 21h.
Esta é a segunda série da autoria de Tino Navarro, após “Braga”, estreada em 2023. O criador tem como objectivo desenvolver uma narrativa sobre cada um dos 18 distritos do Continente e ainda sobre as ilhas dos Açores e da Madeira. De um dos pontos mais a Norte de Portugal a um dos mais a Sul, Tino Navarro quer levar à televisão histórias locais, com significado e sentido.
Para tal, aposta não só em argumentos que abordem questões destas terras, mas também em talento da região. “Braga” já tinha contando com actores bracarenses e “Faro” segue as mesmas pisadas. «Há uma grande diversidade no nosso país. Há cidades onde há actores e grupos de teatro, escolas de cinema… E outras que, infelizmente, não têm. Temos noção que vamos encontrar obstáculos, mas é um desafio diferente», diz Tino Navarro ao TV Contraluz.
Dois Algarves, um crime e um advogado
“Faro” parte da dicotomia entre o que deveria ser o Algarve: o dinheiro fácil e rápido e a preservação do ambiente e das condições naturais. Começa então uma luta sem quartel entre os que têm interesse em que um empreendimento turístico avance e o velho pescador, que é sujeito às mais variadas pressões e ameaças. Até que um dia, Abel, aparece morto no seu veleiro, em circunstâncias estranhas. E a PJ começa a investigar…
Adriano Luz dá vida ao advogado Abel, que aparenta ser o bom samaritano da terra, mas que esconde um segredo – ou vários. Abordado pelos responsáveis do Fundo Imobiliário para resolver os obstáculos que se levantam ao desenvolvimento do resort, Abel recusa a proposta, mas o regresso a Faro do seu único filho, Ernesto, que sofre de depressão, leva-o a reconsiderar.
Adriano Luz revela que, inicialmente, ao ser abordado para interpretar o protagonista, respondeu com um «não». Não porque não tivesse interesse, mas devido à agenda complicada que tinha na altura. Convencido a ler o argumento, o actor acabou por se encantar pela personagem e pelo argumento.
«É uma personagem com muitos patamares, um bocadinho obscura e sombria. Não é totalmente decifrável e isso agrada-me. Quem é este Abel? Não é bom nem mau. Tem comportamentos desviantes, mesmo do ponto de vista afectivo. Isso é muito encantador numa personagem. E não tem redenção. A redenção é a morte. Fiz porque me encantou fazer.»
Do elenco fazem ainda parte Miguel Borges, Sara Barradas, Ricardo Pereira, Lourenço de Almeida, Taina Muller, Carolina Carvalho, Rui Madeira e Carlos Sebastião. Participam ainda Maria D´Aires, Luís Vicente, Márcia Breia, Paula Lafayatte, Filipe Vargas, Teresa Madruga, entre outros. A realização é de Joaquim Leitão e o argumento de Tino Navarro e André Guerra dos Santos.
E no que toca às restantes 18 séries? Podemos avançar que a próxima ruma novamente a Norte, mais precisamente Bragança, de onde Tino Navarro é natural. «Já está escrita e praticamente pronta a ser filmada.» Depois? Segue-se o Alentejo, mas temos de esperar para descobrir qual dos três distritos será o sortudo.